sábado, 31 de março de 2012
sexta-feira, 30 de março de 2012
quinta-feira, 29 de março de 2012
Millôr - Um certo farol do humor brasileiro
Por Cau Gomez
O Millôr não era a minha fonte de inspiração inicial quando comecei a fazer caricaturas. Eu era muito novo, e tinha nos traços e soluções gráficas referenciais os irmãos Caruso e Ziraldo. Mas foi na época do “quadrado do JB” , espaço ocupado pelo escritor e chargista do Jornal do Brasil, é que passei a observar e a acompanhar, quase que diariamente, as charges e análises debochadas do “ tal de Millôr Fernandes”, tão venerado e exaltado pelos meus ídolos cartunistas e chargistas.
O Millôr não era a minha fonte de inspiração inicial quando comecei a fazer caricaturas. Eu era muito novo, e tinha nos traços e soluções gráficas referenciais os irmãos Caruso e Ziraldo. Mas foi na época do “quadrado do JB” , espaço ocupado pelo escritor e chargista do Jornal do Brasil, é que passei a observar e a acompanhar, quase que diariamente, as charges e análises debochadas do “ tal de Millôr Fernandes”, tão venerado e exaltado pelos meus ídolos cartunistas e chargistas.
Tive a sorte de ouvi-lo numa palestra durante o I Encontro Latino-Americano de Humor Brasil – Argentina, que teve a curadoria do Paulo Caruso, no Memorial da América Latina, em 1990.
Nesta ocasião, estava iniciando e amadurecendo as minhas buscas e pesquisas. Mostrava o meu portfolio nos intervalos da programação do evento e, coadjuvante bem sucedido, me animava a seguir exibindo meus desenhos e caricaturas, recém aprovados no clube dos novos caricaturistas.
Foi quando no meio de uma sessão de autógrafos, fui recomendado pela Ana Raquel, minha amiga e ilustradora, a mostrar meus trabalhos aos principais “atores” daquele Festival de Humor Gráfico, dentre eles, Jaguar, Loredano e os representantes argentinos, Sábat e Trimano. E ali estava, também, o nosso personagem principal, o Millôr – que observava atentamente os vários originais e impressos, até que ele me perguntou onde eu havia conseguido um “print” tão sofisticado e com tanta qualidade nas cores. Fiquei desconfiado, pois, em meio a tantos elogios, surgira alguém observador e atento às tecnologias de impressão. Ele prestara mais atenção e valorizara mais as cópias do que os meus originais.
Um tempo depois, já mais maduro, e premiado na edição do Salão Carioca de Humor – 2004, fui participar de uma confraternização extra-oficial – só para a nata presente naquele festival de humor – na residência do casal Jaguar e Célia, em Itaipava. Além dos ilustres convidados presentes, que eram humoristas, compositores, músicos, jornalistas, fotógrafos, publicitários e escritores, estavam lá grandes nomes do cartum, como o inglês Steve Bell, cartunista do The Guardian; António Antunes, do Expresso de Portugal; Angeli, Luís Fernando Veríssimo, Santiago, Ricky Goldwin, Alcy, Rubem Grilo, Chico e Paulo Caruso, Dálcio, Rodrigo Rosa e tantos outros das velha e nova safra.
Fomos todos visitar a exposição individual do nosso anfitrião, o Jaguar, montada em uma galeria aberta num grande espaço para arte da região serrana do Rio.
Em um determinado momento, fui novamente apresentado ao Millôr, e notei a baixa estatura e fragilidade daquele genial pensador. Conversamos algum tempo numa roda animada com outros convidados, a prosa era divertida e bem humorada. Fiquei impressionado com a capacidade de síntese e memória do Millôr.
Ele tinha um clarão no olhar, um brilho e intensidade no azul dos seus olhos, que pareciam um imenso farol. Brincalhão e ao mesmo tempo domador das palavras, iniciou uma análise sobre as características do meu cabelo estilo rasta e o fato de eu ser radicado em Salvador. Contou algumas curiosidades e detalhes sobre a história e o sentido das palavras rastafári e soteropolitano.
Confesso que, diante de tanta sabedoria, me vesti de aluno novamente, e fiquei a ouvir, rir e aprender.
quarta-feira, 28 de março de 2012
terça-feira, 27 de março de 2012
segunda-feira, 26 de março de 2012
O mundo invertido de Bento XVI
"O Papa disse em sua viagem a Cuba que 'o marxismo está fora da realidade'. Nada é mais fora da realidade do que a visão do meu antigo mestre"
@leonardoboff, teólogo. (Notícia do Twitter)
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O carro alegórico para o desfile na Praça da Revolução já está em Havana. |
Um texto de Karl Marx "fora da realidade"
(...) O homem que só encontrou o reflexo de si mesmo na realidade fantástica do céu, onde buscava um super-homem, já não se sentirá inclinado a encontrar somente a aparência de si próprio, o não-homem, já que aquilo que busca e deve necessariamente buscar é a sua verdadeira realidade.
A religião não faz o homem, mas, ao contrário, o homem faz a religião: este é o fundamento da crítica irreligiosa. A religião é a autoconsciência e o autosentimento do homem que ainda não se encontrou ou que já se perdeu. Mas o homem não é um ser abstrato, isolado do mundo. O homem é o mundo dos homens, o Estado, a sociedade. Este Estado, esta sociedade, engendram a religião, criam uma consciência invertida do mundo, porque eles são um mundo invertido. A religião é a teoria geral deste mundo, seu compêndio enciclopédico, sua lógica popular, sua dignidade espiritualista, seu entusiasmo, sua sanção moral, seu complemento solene, sua razão geral de consolo e de justificação. É a realização fantástica da essência humana por que a essência humana carece de realidade concreta. Por conseguinte, a luta contra a religião é, indiretamente, a luta contra aquele mundo que tem na religião seu aroma espiritual.
A miséria religiosa é, de um lado, a expressão da miséria real e, de outro, o protesto contra ela. A religião é o soluço da criatura oprimida, o coração de um mundo sem coração, o espírito de uma situação carente de espirito. É o ópio do povo.
A verdadeira felicidade do povo implica que a religião seja suprimida, enquanto felicidade ilusória do povo. A exigência de abandonar as ilusões sobre sua condição é a exigência de abandonar uma condição que necessita de ilusões. Por conseguinte, a crítica da religião é o germe da critica do vale de lágrimas que a religião envolve numa auréola de santidade.
A crítica arrancou as flores imaginárias que enfeitavam as cadeias, não para que o homem use as cadeias sem qualquer fantasia ou consolação, mas para que se liberte das cadeias e apanhe a flor viva. A crítica da religião desengana o homem para que este pense, aja e organize sua realidade como um homem desenganado que recobrou a razão a fim de girar em torno de si mesmo e, portanto, de seu verdadeiro sol. A religião é apenas um sol fictício que se desloca em torno do homem enquanto este não se move em torno de si mesmo.
Assim, superada a crença no que está além da verdade, a missão da história consiste em averiguar a verdade daquilo que nos circunda. E, como primeiro objetivo, uma vez que se desmascarou a forma de santidade da autoalienação humana, a missão da filosofia, que está à serviço da história, consiste no desmascaramento da autoalienação em suas formas não santificadas. Com isto, a crítica do céu se converte na crítica da terra, a critica da religião na critica do direito, a crítica da teologia na crítica da Política. (...)
A religião não faz o homem, mas, ao contrário, o homem faz a religião: este é o fundamento da crítica irreligiosa. A religião é a autoconsciência e o autosentimento do homem que ainda não se encontrou ou que já se perdeu. Mas o homem não é um ser abstrato, isolado do mundo. O homem é o mundo dos homens, o Estado, a sociedade. Este Estado, esta sociedade, engendram a religião, criam uma consciência invertida do mundo, porque eles são um mundo invertido. A religião é a teoria geral deste mundo, seu compêndio enciclopédico, sua lógica popular, sua dignidade espiritualista, seu entusiasmo, sua sanção moral, seu complemento solene, sua razão geral de consolo e de justificação. É a realização fantástica da essência humana por que a essência humana carece de realidade concreta. Por conseguinte, a luta contra a religião é, indiretamente, a luta contra aquele mundo que tem na religião seu aroma espiritual.
A miséria religiosa é, de um lado, a expressão da miséria real e, de outro, o protesto contra ela. A religião é o soluço da criatura oprimida, o coração de um mundo sem coração, o espírito de uma situação carente de espirito. É o ópio do povo.
A verdadeira felicidade do povo implica que a religião seja suprimida, enquanto felicidade ilusória do povo. A exigência de abandonar as ilusões sobre sua condição é a exigência de abandonar uma condição que necessita de ilusões. Por conseguinte, a crítica da religião é o germe da critica do vale de lágrimas que a religião envolve numa auréola de santidade.
A crítica arrancou as flores imaginárias que enfeitavam as cadeias, não para que o homem use as cadeias sem qualquer fantasia ou consolação, mas para que se liberte das cadeias e apanhe a flor viva. A crítica da religião desengana o homem para que este pense, aja e organize sua realidade como um homem desenganado que recobrou a razão a fim de girar em torno de si mesmo e, portanto, de seu verdadeiro sol. A religião é apenas um sol fictício que se desloca em torno do homem enquanto este não se move em torno de si mesmo.
Assim, superada a crença no que está além da verdade, a missão da história consiste em averiguar a verdade daquilo que nos circunda. E, como primeiro objetivo, uma vez que se desmascarou a forma de santidade da autoalienação humana, a missão da filosofia, que está à serviço da história, consiste no desmascaramento da autoalienação em suas formas não santificadas. Com isto, a crítica do céu se converte na crítica da terra, a critica da religião na critica do direito, a crítica da teologia na crítica da Política. (...)
Marx , K. Introdução à Crítica da Filosofia do Direito de Hegel, obra publicada em 1844.
sábado, 24 de março de 2012
É Mentira, Chico?
Capa do livro É Mentira, Chico? (Editora Di Momento, 192 págs.) lançado em 2007 –Uma homenagem do escritor e cartunista Ziraldo ao grande artista e humorista Chico Anysio. Vários caricaturistas foram convidados para retratar com humor os memoráveis personagens criados pelo grande mestre do humor na TV brasileira, entre eles estão Marmo Carrara e Apolo, que desenhei especialmente para o livro. (Cau Gomez)
quinta-feira, 22 de março de 2012
terça-feira, 20 de março de 2012
segunda-feira, 19 de março de 2012
domingo, 18 de março de 2012
quarta-feira, 14 de março de 2012
quarta-feira, 7 de março de 2012
Crucifixos fora dos prédios e salas da Justiça gaúcha!
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Charge publicada em 25 de janeiro de 2010 |
O Conselho da Magistratura do TJRS, em reunião realizada ontem (6) acatou o pedido de várias entidades sociais sobre a retirada dos crucifixos e símbolos religiosos nos espaços públicos dos prédios da Justiça gaúcha. A decisão, unânime, foi dos desembargadores Marcelo Bandeira Pereira, Guinther Spode, Cláudio Baldino Maciel, André Luiz Planella Villarinho e Liselena Schifino Robles Ribeiro.
Em fevereiro deste ano, a Liga Brasileira de Lésbicas protocolou na presidência do TJRS um pedido para a retirada de crucifixos das dependências do Tribunal de Justiça e foros da capital e do interior do Estado.
A Liga Brasileira de Lésbicas - LBL diz em seu saite ser "uma expressão do movimento social que se constitui como espaço autônomo e não institucional de articulação política, anticapitalista, antiracista, não lesbofóbica, não homofóbica e não transfóbica". De âmbito nacional, é uma articulação temática de mulheres lésbicas e bissexuais, "pela garantia efetiva e cotidiana da livre orientação e expressão afetivo sexual".Em dezembro do ano passado, a antiga administração do TJRS não acolhera o pedido da entidade, por entender que "não há postura preconceituosa na colocação e permanência de crucifixos em salas de audiência e outros locais".
O voto do relator Cláudio Baldino Maciel referiu ontem (6) que "o julgamento feito em uma sala de tribunal sob um expressivo símbolo de uma igreja e de sua doutrina não parece a melhor forma de se mostrar o Estado-juiz equidistante dos valores em conflito".
Prossegue o julgado definindo que "resguardar o espaço público do Judiciário para o uso somente de símbolos oficiais do Estado é o único caminho que responde aos princípios constitucionais republicanos de um Estado laico, devendo ser vedada a manutenção dos crucifixos e outros símbolos religiosos em ambientes públicos dos prédios".
A sessão foi acompanhada por representantes de religiões e de entidades sociais. Nos próximos dias, será expedido o ato determinando a retirada dos crucifixos.
No Rio de Janeiro
Em janeiro de 2009, o então novo presidente do TJ do Rio de Janeiro, Luiz Zveiter, no primeiro dia após tomar posse - e como primeiro ato de sua gestão - determinou a retirada dos crucifixos espalhados pela corte e desativou a capela.
Zveiter, que é judeu, disse na ocasião que "a corte vai fornecer um espaço para cultos que atenda a todas as religiões - será uma capela ecumênica".
Em fevereiro deste ano, a Liga Brasileira de Lésbicas protocolou na presidência do TJRS um pedido para a retirada de crucifixos das dependências do Tribunal de Justiça e foros da capital e do interior do Estado.
A Liga Brasileira de Lésbicas - LBL diz em seu saite ser "uma expressão do movimento social que se constitui como espaço autônomo e não institucional de articulação política, anticapitalista, antiracista, não lesbofóbica, não homofóbica e não transfóbica". De âmbito nacional, é uma articulação temática de mulheres lésbicas e bissexuais, "pela garantia efetiva e cotidiana da livre orientação e expressão afetivo sexual".Em dezembro do ano passado, a antiga administração do TJRS não acolhera o pedido da entidade, por entender que "não há postura preconceituosa na colocação e permanência de crucifixos em salas de audiência e outros locais".
O voto do relator Cláudio Baldino Maciel referiu ontem (6) que "o julgamento feito em uma sala de tribunal sob um expressivo símbolo de uma igreja e de sua doutrina não parece a melhor forma de se mostrar o Estado-juiz equidistante dos valores em conflito".
Prossegue o julgado definindo que "resguardar o espaço público do Judiciário para o uso somente de símbolos oficiais do Estado é o único caminho que responde aos princípios constitucionais republicanos de um Estado laico, devendo ser vedada a manutenção dos crucifixos e outros símbolos religiosos em ambientes públicos dos prédios".
A sessão foi acompanhada por representantes de religiões e de entidades sociais. Nos próximos dias, será expedido o ato determinando a retirada dos crucifixos.
No Rio de Janeiro
Em janeiro de 2009, o então novo presidente do TJ do Rio de Janeiro, Luiz Zveiter, no primeiro dia após tomar posse - e como primeiro ato de sua gestão - determinou a retirada dos crucifixos espalhados pela corte e desativou a capela.
Zveiter, que é judeu, disse na ocasião que "a corte vai fornecer um espaço para cultos que atenda a todas as religiões - será uma capela ecumênica".
Leia + no Espaço Vital
"O Estado tem o compromisso de ser neutro",
defende sociólogo sobre fim dos crucifixos no Judiciário
Leia + no ZERO HORA
terça-feira, 6 de março de 2012
sábado, 3 de março de 2012
sexta-feira, 2 de março de 2012
quinta-feira, 1 de março de 2012
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