terça-feira, 27 de abril de 2010

Prefeitura fica irritada com charge


Charge de Bruno Aziz


Esclarecimento da prefeitura

A charge publicada na página 3, edição de 25/04, foge completamente à verdade dos fatos.
Possivelmente por falta de informações necessárias, o chargista fez uma interpretação equivocada sobre a falta de leitos nos hospitais públicos situados em Salvador, assunto amplamente debatido na edição de 25 de abril.
E, assim, cometeu uma injustiça com o poder público municipal expondo, inclusive, a imagem do prefeito João Henrique.
Para que a verdade seja estabelecida, saliento que a Prefeitura de Salvador ainda não administra os hospitais públicos, sendo os mesmos gerenciados pelo governo estadual, através da Sesab. A Secretaria Municipal da Saúde dispõe de nove unidades de urgência e emergência que também são penalizadas pela dificuldade na regulação de leitos na capital, pois são obrigadas a manter internados por um período muito superior ao recomendável (24h), pacientes com sérios problemas de saúde, uma vez que não são regulados para hospitais de referência.
Em 2009, cerca de um milhão e duzentas mil pessoas foram atendidas nessas unidades, o que representa o dobro do número de atendimentos realizados no período anterior à atual gestão, iniciada em abril de 2008. Este ano, serão construídas mais quatro modernas unidades de Pronto Atendimento, e duas já existentes (Hélio Machado e Adroaldo Albergaria), serão ampliadas, atendendo a novos conceitos de atendimento pré-hospitalar fixo.
A Secretaria da Saúde buscou, primeiramente, o fortalecimento da atenção primária e preenchimento dos vazios assistenciais na cidade.
Realizou em fevereiro de 2009, processo seletivo simplificado para contratação de 1.471 profissionais de saúde para atender ao Programa de Saúde da Família (PSF), ao Núcleo de Apoio à Saúde da Família(Nasf), aos Centros de Atenção Psicossocial (Caps) e aos Centros de Especialidade Odontológica (CEO). Também no ano passado, 12 unidades de Saúde da Família foram inauguradas e 50 reformadas e ou ampliadas. Em 2010, serão inauguradas dez novas USFs. Ainda existe muito trabalho a ser feito no sentido de a população mais carente de Salvador ter um serviço de saúde de excelência como deseja e luta o prefeito João Henrique, enfrentando a realidade de administrar uma cidade marcada por carência e desigualdades registrando a segunda pior renda pública per capita entre as capitais brasileiras.
ANDRÉ CURVELLO, SECRETÁRIO DE COMUNICAÇÃO, SALVADOR-BA

quarta-feira, 21 de abril de 2010

Lamentável Retrocesso



Ilustração Gentil

Texto de Maria Helena Souza*

O Ministro Vanucchi, da Secretaria Nacional de Direitos Humanos anunciou modificações no III PNDH - Plano Nacional de Direitos Humanos, alterando Decreto Presidencial que o instituiu. Se cumprir o que anuncia estará jogando no lixo sonhos de aprofundamento democrático, legitimamente depositados no atual Governo.


Vejamos por que: O III PNDH resulta de iniciativa do próprio governo, que convocou, por decreto presidencial, a sociedade civil e as entidades governamentais de todo o país a realizarem conferências setoriais, num processo que se desenvolve nos estados e municípios a partir de decretos dos seus governantes. Foram 50 conferências nacionais, com a participação de governos (em todas as esferas) e sociedade civil, obedecendo a critérios e procedimentos que asseguram ampla convocação e publicidade e estimulam a manifestação livre de qualquer cidadão (ã), independente de pertencer ou não a organizações.


São momentos singulares de participação plural, reflexão coletiva e construção de grandes consensos sobre as diretrizes que devem nortear as políticas públicas. Órgãos de governo, universidades e a diversidade de organizações da sociedade civil, e inclui segmentos que dependem dos serviços e das decisões afetas à área pública.


Não cabe ao governo, que promoveu, regulamentou e organizou tais conferências, fazer supressões nos conteúdos de um Plano, que é resultado previsto e planejado desse processo e que o próprio Presidente assinou, junto com seus ministros.


Os segmentos que pressionam o governo para mudar o conteúdo do Plano não surpreendem. Destaco a alta hierarquia da Igreja Católica, que quer suprimir dispositivos que ampliam direitos sobre o exercício da sexualidade e da reprodução e os que afirmam o caráter laico do Estado Brasileiro. São contra o apoio ao projeto de lei que descriminaliza o aborto; a proibição da ostentação de símbolos religiosos em prédios públicos; a legalização das uniões homoafetivas, e a adoção de crianças por famílias homoparentais.


São as forças responsáveis pelas pressões que fizeram com que o divórcio tramitasse 40 anos no Congresso até ser aprovado; que se opõem ao uso da camisinha, da pílula do dia seguinte, herdeiros dos que, em outros tempos, se manifestaram contrários a igualar em direitos os filhos nascidos fora do matrimônio; que pressionaram o Supremo Tribunal para impedir as pesquisas com células-tronco e pressionam para obrigar as mulheres a levarem adiante a gravidez de fetos anencéfalos.  São deles projetos que tramitam no Congresso para impedir a interrupção da gravidez em qualquer hipótese, mesmo em casos de estupro.


Vivemos um momento confuso no Brasil, no que concerne à participação democrática autêntica e organizada da sociedade civil, que parece estar em declínio.  Segmentos, antes muito atuantes, estão silenciados. Vemos, com freqüência, a democracia representativa, que não pode prescindir do exercício ativo da cidadania por parte das organizações autônomas da sociedade civil, corroborando para fortalecer o que já se tornou senso comum da conduta quando nos referimos à Política e aos nossos políticos: descrença, zombaria, o que é também uma atitude “política” que só alimenta a ascensão de representantes de interesses dissociados das necessidades e aspirações maiores da coletividade.


Nesse contexto, instrumentos como os conselhos setoriais e as conferências tornam-se mais importantes, como canais de participação democrática, estimuladores do livre debate sobre as políticas públicas.


Nós mulheres, que somos mais de 50% da população e o segmento mais sub-representado no Poder, junto com todos os que lutam por justiça social e democracia, temos a esperança de que o Governo mantenha sem alterações o conteúdo do III PNDH e encaminhe projetos de lei que garantam a sua realização, articulando apoios para a aprovação destes projetos honrando as Convenções e Tratados Internacionais de Direitos Humanos que assinou desde os anos 80 (instrumentos com que têm força de Lei pela Constituição). Do contrário será sim, lamentavelmente, o principal responsável por um retrocesso covarde e perigoso, com a deslegitimação de canais de participação democrática tão duramente conquistados.


*Maria Helena SouzaFeminista, Professora de História, membro do IMAIS, da Rede Nacional Feminista de Direitos Sexuais e Reprodutivos – Regional Bahia ,e da Frente Nacional pelo Fim da Criminalização das Mulheres e pela Legalização do Aborto.

Aniversário

Metralhadora vs. Biruta

segunda-feira, 19 de abril de 2010

Fumaça 2

Fumaça

Mais sobre um mesmo tema



Anjos e Demónios. Charge de Boligán, El Universal, Cidade do México




 Padres e Pedofilia: Armadilhas. Desenho Animado de André Carrilho, Portugal
Fofocas mesquinhas da opinião dominante. Charge de Rainer Hachfeld, Neues Deutschland, Alemanha

 

 

CRISE MARCA OS 5 ANOS DO PONTIFICADO DE BENTO XVI

O papa Bento XVI marcou o quinto ano de sua escolha para o cargo nesta segunda-feira sob a sombra dos abusos sexuais cometidos por padres que colocaram a Igreja Católica em sua mais séria crise dos últimos tempos. Bento XVI foi o anfitrião de um almoço no Vaticano com cerca de 60 cardeais, que o saudaram e aplaudiram.Sentado perto do pontífice no palácio apostólico estavam dois de seus conselheiros mais próximos, o cardeal Tarcisio Bertone, secretário de Estado do Vaticano, e o cardeal Angelo Sodano, reitor do Colégio dos Cardeais e um dos mais ardentes defensores do papa durante o escândalo.O papa lidera a igreja "com grande generosidade" tendo em vista "as mudanças que o mundo moderno apresenta a cada discípulo de Cristo", disse Sodano em discurso para o pontífice, segundo a rádio Vaticano. (leia + em A Tarde)

domingo, 18 de abril de 2010

Cartunista de A Tarde premiado em Portugal

Com uma charge que retrata o mapa da viôlencia visto pelas fotos via satélite no ângulo da digilizado da internet, o cartunista Cau Gomez, que integra a Editoria de Arte de A Tarde, ficou em terceiro lugar na categoria Cartoon  Editorial da 6a edição do  World Press Cartoon, em Sintra, Portugal. O segundo lugar ficou para o artista gráfico Jarbas, de Pernambuco, e o primeiro prêmio foi para o mexicano Boligán. Na categoria Desenho de Humor, o paulista Dalcío ficou em segundo lugar. Já em caricatura, o argentino Gabriel Ippóliti ficou em Primeiro, o tcheco Vaclav Teichman em segundo, e o australiano David Rowe, em terceiro.

Terceiro Prêmio categoria Cartoon Editorial. Charge publicada na Editoria de Opinião, de A TARDE, no dia 7 de outubro de 2009.

quinta-feira, 15 de abril de 2010

O cartunista Cau Gomez é finalista do World Press Cartoon

Gabriel García Márquez, publicada no Caderno 2+, concorre na categoria Caricatura



Texto de Thiago Fernandes

O artista plástico e cartunista Cau Gomez é um dos finalistas do World Press Cartoon, umas das mais prestigiadas premiações de humor gráfico do mundo. Ele concorre com três trabalhos publicados em A TARDE, em três categorias: Cartum Editorial, Desenho de Humor e Caricatura. Em cada uma delas, foram selecionados 10 finalistas entre os 401 desenhos, de 62 países e publicados por 273 jornais. A cerimônia de premiação, quando serão revelados os vencedores, será amanhã, na cidade de Sintra, em Portugal.

Esta é a segunda vez que Gomez fica entre os finalistas do WPC. Em 2005, ficou em segundo lugar na categoria caricatura, com um desenho do jogador Ronaldo, também publicado em A TARDE. Em 2009, outro profissional do grupo, Osmani Simanca, venceu na categoria desenho de humor, com um cartum publicado na Muito.

Mineiro de Belo Horizonte, Cau Gomez tem 38 anos e mora em Salvador há 13. Já trabalhou como em diversos veículos entre os principais do Brasil. Atualmente, também colabora com a revista Courrier International.


Charge publicada na Editoria de Opinião, de A TARDE, no dia 7 de outubro de 2009, e que concorre na categoriaCartoonEditorial




Sem pânico, publicado na Revista Muito do Grupo A Tarde, concorre na categoria Desenho de Humor.






THIAGO FERNANDES


sexta-feira, 9 de abril de 2010

Padres pedófilos

Carta mostra que papa resistiu a demitir padre pedófilo


Documentos da Igreja Católica mostram que, antes de se tornar papa, o cardeal Joseph Ratzinger resistiu a afastar um padre da Califórnia que molestava crianças. Uma carta de 1985, firmada por Ratzinger, cita preocupações sobre o efeito da remoção do padre para "o bem da igreja universal". A correspondência foi obtida com exclusividade pela Associated Press.

Esta é a segunda prova a desafiar a insistência do Vaticano em afirmar que Ratzinger, hoje papa Bento XVI, não teve qualquer papel no bloqueio de remoções de padres pedófilos enquanto era o chefe da Congregação para a Doutrina da Fé.

A carta é parte de anos de correspondência entre a diocese de Oakland, nos Estados Unidos, e o Vaticano sobre o processo para tentar afastar o reverendo Stephen Kiesle. O Vaticano confirmou que a assinatura no documento é de Ratzinger, mas não quis comentar o caso.

(Hoje em A Tarde)