domingo, 23 de agosto de 2009

Controvérsia dos crucifixos II

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Sessão de interrogatório da Inquisição. Nesta cena "canônica" - com o preso abaixo do estrado onde está colocada a mesa, um inquisidor que interroga e um notário que registra as respostas - encontramos outros elementos interessantes: o crucifixo em cima da mesa, bem como a campainha para chamar o alcaide dos presos; ao fundo, um grande crucifixo domina toda a sala, ladeado pelas armas papais e pelas armas reais. (Fonte: História das Inquisições de Francisco Bethencourt)

Ação judicial contra símbolos religiosos em prédios públicos é violência, diz CNBB


Pedir judicialmente a retirada de símbolos religiosos de edifícios públicos é uma violência, na opinião do presidente da Conferencia dos Bispos do Brasil (CNBB), Dom Geraldo Lyrio Rocha. "Querer, apelando para a questão do Estado laico e da sociedade pluralista, apagar todos os elementos que estão incorporados na cultura brasileira é uma violência que se faz", disse em entrevista à Agência Brasil.

No final de julho, o Ministério Público Federal (MPF) em São Paulo ajuizou ação civil pública para obrigar a União a retirar todos os símbolos religiosos afixados em locais de atendimento ao público nas repartições federais do estado.

Dom Geraldo destacou que a maior parte da população brasileira é católica e que história do país é "fortemente marcada pela presença da Igreja". Para ele, aceitar a presença dos símbolos de fé é um exemplo de "tolerância religiosa", pelos praticantes de outros credos.

Para o padre e doutor em direito canônico, Salmo de Souza, deve haver cuidado nas manifestações contra a religiosidade para que não se transformem em intolerância à religião. "O Estado não poderia adotar uma ideologia que seria o princípio leigo no aspecto negativo, ou seja, uma intolerância para qualquer sinal religioso."

Segundo o padre, os símbolos de fé afixados até mesmo em prédios públicos "estão em coerência com a tradição do povo na sua maioria". Por isso, na opinião de Souza, é necessário compreensão pelas minorias.

Na avaliação da professora da Universidade de São Paulo (USP) e militante de direitos humanos Roseli Fischmann, a presença de crucifixos em tribunais e outros edifícios públicos é uma imposição da maioria cristã sobre as minorias de outros credos e a arreligiosa.

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